terça-feira, 29 de março de 2011

Soneto de Separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinicius de Moraes/1938 - Também do meio do oceano Atlântico)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar!

21 de março de 2011 (porto de Santos)

Fim da temporada brasileira e meio caminho andado no meu contrato. Eu posso dizer que já me vejo bem diferente da menina que entrou aqui há quase 5 meses. Tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo... A vida no mar é mesmo intensa. Tem sido uma experiência pessoal muito enriquecedora e diferente de qualquer coisa que se pode viver em terra. Só quem já passou por isso sabe.

Apesar dos “Favela Cruise” que deram muito trabalho e pouco dinheiro, o saldo no geral foi positivo e o aprendizado está sendo enorme. Fora as “aprontadas” que a gente dá aqui, que não são poucas!! História para contar quando voltar não vai faltar!!
Hoje meu sentimento é de gratidão, por cada pessoa que tem passado pela minha vida, as que me fizeram bem ou mal, todas me provocaram sentimentos e me fizeram passar por situações que me fazem ser quem sou hoje.

E agora é manter a mente aberta, flexível e forte para a próxima etapa! A Europa nos aguarda! 10 dias de navegação + 17 dias de manutenção do navio no sul da Espanha até começar a temporada Européia, dia 20 de abril.

E como já dizia o velho Paulinho da Viola “Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar...”

Beijos saudosos!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Let it be, let it go, let it flow!!!!!!


A vida coloca pessoas na nossa vida da mesma maneira que as arranca... Cabe a nós saber deixá-las entrar e depois deixá-las ir como devem...

Let it be, let it go, let it flow :)


10 de março de 2011

Eu te via de longe, sem malícia
Via um sorriso aberto, com um riso largo

Que me espantava todo o gosto amargo

Numa risada alta e forte, que delícia


Te via mais de perto um pouco

E rapidamente mirava em seus olhos um brilho louco

Que me atraia sem razão nenhuma
E me fazia leve feito espuma

E depois te via o tempo todo

Como se o destino te pusesse em minha frente
E eu ainda meio inocente

De cabeça me atirei ao fogo


Comecei a pensar em ti sem saber por quê

E nem me importava querer saber

Que importância teria não te conhecer
E mesmo assim ainda te querer?


Mas só vencida pelo meu torpor

Em madrugada de energia alta
Fisguei nos olhos todo o seu amor

E me entreguei sem mais pensar em nada

Então veio uma sensação diferente
Não sei se isso acontece a toda gente

Mas no fundo dos seus olhos eu via
Um reflexo do olhar meu, noite e dia


Meu amor virou amor tão de repente

Que eu quase pensei ser mentira

E mesmo sem querer a gente sente

E mesmo racional a mente vira


Nas mãos da vida a gente se entregou
Cada um em sua missão, sua estrada

E se um dia a vida lhe deixar

Volte correndo para a sua amada...

Carolina Coe

segunda-feira, 14 de março de 2011

Feliz dia da Poesia!!!! =)

Eu e a Fê nos despedindo de Buenos Aires e desse sol maravilhoso

Um ciclo se completa
Uma porta é fechada
Para que outra seja aberta
Dando início à nova jornada


Carolina Coe

Súplica

02 de dezembro de 2010

SÚPLICA
Quero minhas rimas de volta
Mesmo às custas de um amor platônico
Quero a inspiração a me bater a porta
Mesmo vinda de um desespero atônito

Hoje a sede pela vida não me secou a garganta
O dia cinza inundou, tomou conta
Minha alma desmanchou, perdeu de vista
Sua visão correu, felicidade arisca

Poema sem fim, meio sem sentido
Sentimento indefinido, louco, contido
Espelho claro de mim, sem manchas
Desabafo puro, disfarce de ânsias.
Carolina Coe