Foto: Francisco Diniz
Nem você eu quero hoje
Não quero nada além de mim
Nada além de me achar
Nesse mar de coisas perdidas,
Que me deram e não são minhas
E me vejo nessa montanha de lixo
Sem saber o que sou e o que me atiraram
Sem saber o que fica e o que vai.
Buscando, cavando, descobrindo coisas
Que nem queria saber
Tentando respirar
Em meio a tanto entulho
Querendo saber se a essência se perdeu
Ou minha cegueira não me permite ver
Seu pálido brilho.
Aí não está a paz
Não está a felicidade
E longe está o êxtase
As vezes cavo sem parar
Para encontrar
Mas flácido, meu corpo cai ao chão
E tudo que eu queria era adormecer
E nunca mais acordar.
Mas lembro da amostra que me foi dada
E sigo na estrada
Em algum lugar devo estar...
Tão perto que não consigo achar
Tão radiante que não posso ver
Um dia, um dia...
Carolina Coe