segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Contidas palavras




Natal, 16 de maio de 2010

Tristeza de quem perdido anda
Vazio que permeia passos dispersos
Fingindo alegria no samba
Buscando conforto em parceiros diversos

Dono de lindo, mas melancólico olhar
Que por vezes, pensa conseguir enganar
Não olhe mais a fundo, ele vai fugir
Ver sua alma de perto ele não vai permitir

Será que tem medo ou desamor?
Talvez um coração se esquivando
Procurando, sem saber o quê, buscando
Causando em uns e outros certo dissabor

As doces palavras inquietas, reclusas
Fecham-se em mim, contidas
Só encontrando em seu destino recusas
Sem achar em seu fado uma acolhida

Sem êxito tento brecar o afeto, ser racional
Mas livre de rédeas e orgulho, teimo em insistir
Acabando por acreditar em algo irreal
Sentimento bom, que me faz mal por não poder fluir

Sem saber o porquê, a ti escrevo meus desvarios
Por não saber me conter, por falhar ao tentar esquecer
Por odiar o fato de não me livrar deste sentimento nada sutil
Negando conselhos e avisos sensatos sem esmorecer

Ficam aqui versos incompletos, inacabados
Abarcando do que sinto uma pequenina parte
Deixando as outras partes partidas
E eu aqui com elas, buscando nas palavras alguma saída.


Carolina Coe

Um comentário:

  1. Ainda não tinha lido essa! linda, linda! deu um aperto =P
    Nanda

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