12/04/2012
Quando você não existia, eu te inventava
Te via em outros, que não eram você
E os fantasiava, tentava encaixar neles seus olhos brilhantes...
Mas algo lhes faltava...
E quando eu menos esperava a vida me embalou sua doce alma e me regalou.
Mas deixou de fora seus olhos e seu sorriso, para que eu te reconhecesse, como garantia de que a entrega seria feita no lugar certo.
Mas minhas frágeis mãos não foram capazes de segurar tamanha grandeza e o presente se foi, dizendo que queria ficar, mas foi.
E desde então fui privada da luz desse olhar que me iluminava. Tive que buscar essa luz dentro de mim mesma, e só então percebi que havia muita coisa dentro fazendo sombra.
Não sei como esvaziar. Não encontro a luz. Lembro dos teus olhos e me vejo. A mesma busca, a mesma ânsia... O mesmo, e não outro. Que não é meu, porque já faz parte de mim.
Te regalo minhas lágrimas, pedaços do meu olhar, que gostavas tanto...
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