domingo, 12 de fevereiro de 2012

Onde devo estar?


Foto: Francisco Diniz

Nem você eu quero hoje
Não quero nada além de mim
Nada além de me achar
Nesse mar de coisas perdidas,
Que me deram e não são minhas
E me vejo nessa montanha de lixo
Sem saber o que sou e o que me atiraram
Sem saber o que fica e o que vai.

Buscando, cavando, descobrindo coisas
Que nem queria saber
Tentando respirar
Em meio a tanto entulho
Querendo saber se a essência se perdeu
Ou minha cegueira não me permite ver
Seu pálido brilho.

Aí não está a paz
Não está a felicidade
E longe está o êxtase
As vezes cavo sem parar 
Para encontrar
Mas flácido, meu corpo cai ao chão
E tudo que eu queria era adormecer
E nunca mais acordar.

Mas lembro da amostra que me foi dada
E sigo na estrada
Em algum lugar devo estar...
Tão perto que não consigo achar
Tão radiante que não posso ver
Um dia, um dia...

Carolina Coe

5 comentários:

  1. ..."Assim como o poeta só é grande se sofrer"...
    Lembra desta música, Carol? Tio Vivio

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  2. Sem dúvidas, tio! Acho que a questão é a intensidade... Porque quando a alegria vem ela transborda que a gente nem se aguenta =)

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  3. O paradoxo humano não cessa, o paraíso e a sombra é nosso cotidiano, lado a lado. Mas a luz de "Um dia, Um dia" realmente é mais radiante, senão tudo entulho. Beijo do Fernando

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  4. Por ora estamos fadados à dialética... Mas não custa sonhar com a luz, né? Posto que um dia será ela a realidade e a agonia da dualidade será vaga lembrança de um caminho percorrido... =)

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  5. c'est ça!!!!

    manoella - a filha de rita de cássia
    kk

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